quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quatro anos depois

           Este domingo foi o aniversário de quatro anos da morte da Sarah. Eu mal posso acreditar que já passou tanto tempo, mas os calendários que mudaram e as estações que passaram me lembram de que é verdade. Eu, mais uma vez, me encontrei na pedra do Leme, ontem. Eu olhei para o mar, através das ondas e assisti o sol descendo por trás do horizonte, enquanto refletia sobre as pessoas que conheci e as coisas que aconteceram nestes 4 anos. Houve momentos de lágrimas derramadas e tantas memórias para se reviver e se abraçar. Houve felicidade, nas lembranças de sorrisos compartilhados, e um sentimento enorme de perda que parece nunca ir embora.
            Eu toquei a pedra, sem me tocar do que estava fazendo, e parecia quente, apesar do vento frio que que vinha da praia. Enquanto me voltava de novo para o mar, me lembrei de todas as centenas de dias que ela tinha passado ali, mas hoje não havia sinal da presença dela em lugar algum. Eu sentei sozinho, pensando nos dias em que eu nunca teria me imaginado nessa situação: ali, sozinho.
            Involuntariamente, eu me levanto e penso na saudade. Eu viro de costas para o mar, e começo a ir embora devagar, mas as minhas pernas parecem muito pesadas e com vontade de não sair dali. Eu continuo andando e o som do mar diminui e desaparece, eventualmente. Eu sinto a indecisão entre voltar correndo para lá ou voltar correndo para casa pra poder deitar. Por último, eu me pergunto se o próximo ano também será assim e o ano seguinte, enquanto uma mistura de memórias que dão vontade de sorrir e memórias que me enchem de tristeza me lembra que eu já sei a resposta.

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