De algumas coisas eu entendo. De como os vivos continuam vivendo. De como os mortos continuam vivendo com eles. De como, em uma floresta, até uma árvore morta cria sombras e despenca folhas, uma a uma. De como os galhos secos se quebram contra o vento e o cascalho descasca lentamente. De como o tronco trinca, invernos após a vida ter acabado. De como a água percola as rachaduras e o tronco cai no chão. De como o musgo o cobre e os coelhos o acham na primavera e fazem lá sua toca, e vivem, dentro da árvore morta.
De como nada que morre é desperdiçado na natureza, na vida ou no amor.
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